domingo, 2 de fevereiro de 2014

Eduardo Coutinho, 1933-2014



Esse 2 de janeiro de 2014 pode ser definido como o dia mais triste para o cinema brasileiro desde a morte de Glauber Rocha, em 22 de agosto de 1981. O impacto da perda do genial, e ainda jovem, cineasta baiano é equivalente ao choque diante da notícia da morte brutal de um já idoso, mas ainda ativo, Eduardo Coutinho. Definitivamente não estávamos preparados, enquanto admiradores, para ver Coutinho partir assim, tão de repente, assassinado a facadas pelo próprio filho; como o cinema brasileiro não estava preparado para seguir em frente sem esse diretor de tantos filmes fantásticos. Mas também, como se preparar? Como conciliar a irremediável efemeridade da vida com nossa incessante demanda por novos trabalhos de Eduardo Coutinho? Resta o clichê, verdadeiro, de que suas obras sobreviverão. De que Cabra Marcado para Morrer continuará sendo o maior documentário já produzido no Brasil. De que ninguém emocionará o público ao cantar como o fizeram os personagens de As Canções ou o senhor Henrique de Edifício Master. De que Jogo de Cena seguirá como um lembrete incontornável da necessidade de borrarmos as fronteiras entre ficção e documentário. Parece pouco. É pouco. Ao menos por hoje.    

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